Modelo da Mobilidade Elétrica em Portugal

Toda a discussão relativa a Pontos de Carregamento também conhecidos por EVSE (Electric Vehicle Supply Equipment) vem para aqui.
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BrunoFonseca
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Re: Modelo da Mobilidade Elétrica em Portugal

Mensagem por BrunoFonseca » 20 out 2024, 19:27

Nonnus Escreveu:
20 out 2024, 19:19
BrunoFonseca Escreveu:
20 out 2024, 19:03
Para mim os problemas são:
Dificuldades nos licenciamentos (responsabilidade das Câmaras e E-redes)
Politica Comercial do players (responsabilidade dos CEME, OPC que serão os mesmos mesmo que o modelo mude, sob outra sigla qualquer)
Concessões nas AE

Diz-me qual deste é que fica resolvido com outro modelo?
Consegues explicar retirando o papel do CEME (cobrador de energia/mamão) como é que os CEME são os mesmos? No limite o CEME passava a ser só OPC, a ter que ter os seus próprios carregadores (a gastar o seu dinheiro para ter retorno), e não andar a vender energia naquilo que é dos outros.
Consegues-me dizer dos 25 CEME existentes quantos tem carregadores instalados e o nº de carregadores de cada um. Acho que vamos ver que alguns não puseram um único cêntimo num carregador publico.
Se quiseres mesmo, faço isso.
Mas o que indicas apenas reforça o que disse sobre a politica comercial.

A possibilidade de teres CEME e OPC separado permite q quem não queira investir em venda de energia o possa fazer sendo apenas OPC.
Os CEME é que, visto segundo o regulamento, são obrigados a ser também OPC, deviam ter uma política comercial distinta. Vou dar um exemplo. Se eu fosse CEME, investia forte tb na vertente OPC (ou no limite fazia um acordo com um OPC existente), e aplicava um desconto considerável do valor do kWh quando o utilizador usasse um dos meus postos.

E quanto aos problemas que induquei, consegues ver algum ser resolvido com a mudança de modelo?

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Nonnus
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Re: Modelo da Mobilidade Elétrica em Portugal

Mensagem por Nonnus » 20 out 2024, 19:48

BrunoFonseca Escreveu:
20 out 2024, 19:27
Nonnus Escreveu:
20 out 2024, 19:19
BrunoFonseca Escreveu:
20 out 2024, 19:03
Para mim os problemas são:
Dificuldades nos licenciamentos (responsabilidade das Câmaras e E-redes)
Politica Comercial do players (responsabilidade dos CEME, OPC que serão os mesmos mesmo que o modelo mude, sob outra sigla qualquer)
Concessões nas AE

Diz-me qual deste é que fica resolvido com outro modelo?
Consegues explicar retirando o papel do CEME (cobrador de energia/mamão) como é que os CEME são os mesmos? No limite o CEME passava a ser só OPC, a ter que ter os seus próprios carregadores (a gastar o seu dinheiro para ter retorno), e não andar a vender energia naquilo que é dos outros.
Consegues-me dizer dos 25 CEME existentes quantos tem carregadores instalados e o nº de carregadores de cada um. Acho que vamos ver que alguns não puseram um único cêntimo num carregador publico.
Se quiseres mesmo, faço isso.
Mas o que indicas apenas reforça o que disse sobre a politica comercial.

A possibilidade de teres CEME e OPC separado permite q quem não queira investir em venda de energia o possa fazer sendo apenas OPC.
Os CEME é que, visto segundo o regulamento, são obrigados a ser também OPC, deviam ter uma política comercial distinta. Vou dar um exemplo. Se eu fosse CEME, investia forte tb na vertente OPC (ou no limite fazia um acordo com um OPC existente), e aplicava um desconto considerável do valor do kWh quando o utilizador usasse um dos meus postos.

E quanto aos problemas que induquei, consegues ver algum ser resolvido com a mudança de modelo?
Os que indicaste são transversais a tudo o que se faz em Portugal. Pensa lá em construir uma casa e depois vê se é exclusivo da ME.

Eu vou-te aqui dar um exemplo de uma situação caricata que me aconteceu há uns anos quando quis demolir uma casa. A casa que quis demolir, como é normal tinha uma linha da e-redes agarrada a casa que servia para alimentar o quadro eletrico da mesma. Antes da demolição pedi para "cortarem a luz", veio o senhor da e-redes retirou o quadro mas deixou o fio que sai (reparar que escrevi no presente) do poste. Volto a contactar a e-redes a pedir para virem retirar o cabo porque a casa ia ser demolida.

Em vez da e-redes vir retirar um cabo que é deles que estava na minha propriedade, onde durante anos esse cabo também alimentou a casa do meu vizinho e nunca foi cobrado qualquer valor pelo cabo passar na minha propriedade para alimentar a casa do vizinho, a e-redes mandou-me um orçamento de 90€ para a retirada do cabo. Eu tinha que pagar 90€ a e-redes para virem retirar da minha propriedade uma coisa que lhes pertence.

Isto no limite é o mesmo que tu pegares nas tuas coisas ires pores a porta da sede da e-redes e a e-redes dizer que tens de tirar as tuas coisas da propriedade deles, mas tu em vez de as retirares mandas-lhe um orçamento. ;)

Serve este exemplo para tu veres que os problemas de legalizações e licenças faz parte da cultura portuguesa, tudo é uma complicação, "falta sempre o papel".

Aquilo que alguns de nós defendemos serve para resolver outros problemas que foram criados especificamente no modelo português actual.

NOTA: o cabo esta a dois anos pendurado no poste da e-redes enroladinho a espera que a e-redes um dia se digne a vir fazer por aquilo que é da sua responsabilidade. Como é que o cabo lá foi parar? Não faço a mínima ideia.
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Re: Modelo da Mobilidade Elétrica em Portugal

Mensagem por BrunoFonseca » 20 out 2024, 20:09

Em suma, um novo modelo não resolve os reais problemas dos utilizadores.

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BrunoAlves
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Re: Modelo da Mobilidade Elétrica em Portugal

Mensagem por BrunoAlves » 20 out 2024, 21:03

BrunoFonseca Escreveu:
20 out 2024, 19:03
Diz-me qual deste é que fica resolvido com outro modelo?
Esses em particular, provavelmente nenhum. Mas isso é a tua opinião, que são esses os principais. São sem dúvida importantes e devem ser atacados, mas não são os únicos e os outros, pasme-se, são decorrentes do modelo. A AdC listou-os maioritariamente direitinhos.

Estou neste momento na Alemanha e tenho andado noutros países. Tudo o que temos em Portugal existe aqui em virtualmente toda a escala. Como já tinha dito que existe em França e Itália, como acontece na Holanda e por aí fora (já não chegando aos nórdicos...)
O que temos é um unicórnio que afasta players, isso é que temos e os outros não têm. Afirmam-no inequivocamente. As vantagens já se foram, queremos à força toda agarrar-nos às desvantagens porquê?
Já tentámos com este modelo, foi giro (not) agora vamos tentar ser como os outros? Pode ser?
(Nota: apesar de estar expectante que seja esse o caminho, não tenho nada que mo indique, é só a minha opinião).
Nonnus Escreveu:
20 out 2024, 19:01
Tiveram o descaramento de escrever que (...)
Infelizmente os contributos foram altamente toldados pela perspetiva de cada player. O da EDP é na minha opinião (a seguir ao da AMME claro :mrgreen: ) o mais equilibrado, o melhor enquanto contributo de "parte interessada". Os outros é maioritariamente puxar a brasa à sua sardinha, muita parra e pouca uva.

O contributo da Mobie é a habitual conversa de vendedor de sonhos, modelo único (lá isso é :mrgreen: ) e inovador, blablablá ..

O da ERSE também achei bastante equilibrado (discordo claro da parte de manter a obrigatoriedade da utilização de qualquer CEME).
Nonnus Escreveu:
20 out 2024, 19:01
O ataque gratuito por parte da UVE a AMME como tendo feito um estudo a utilizadores Tesla que não pode servir de referencia é muito mau
Não queria falar nisto, mas já que o trouxeste...
É quase 1 página a tentar descredibilizar algo que AdC usou e nem sabíamos. Em várias partes do contributo criticam a AdC por "faltarem números que comprovem isto e aquilo" e depois lançam esta laracha sem jeito nenhum.
Onde é que está o comprovativo que foram quase exclusivamente (ou exclusivamente mesmo!) de proprietários Tesla?
E se fossem, não é a marca mais vendida do país, não faz sentido que estatisticamente acabem por ser os mais representativos?
Onde é que está o teu estudo, UVE, com um público teoricamente mais abrangente, que apresente números diferentes destes? É que nós já fizemos 2, com um intervalo anual, e para ao ano faremos outro.

Mas pronto, já passou. As atitudes ficam com quem as toma.
Última edição por BrunoAlves em 20 out 2024, 21:17, editado 1 vez no total.
Se forem conduzir, não bebam. Se forem beber, chamem-me!!! :D

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Re: Modelo da Mobilidade Elétrica em Portugal

Mensagem por BrunoAlves » 20 out 2024, 21:16

Nonnus Escreveu:
20 out 2024, 19:19
Consegues-me dizer dos 25 CEME existentes quantos tem carregadores instalados e o nº de carregadores de cada um
Se tivesse aqui o PC podia fazer-te isso, é relativamente simples. Mas todos os CEME têm de ter pelo menos 1 posto ligado à rede e a funcionar. Uma boa parte tem isso mesmo, 1 posto, muitas vezes privado e enfiado numa garagem)
É algo que foi introduzido em 2014 para contornar habilmente a diretiva europeia da altura, que diz que os CPO podem comprar energia para os carregamentos a qualquer entidade do setor blablablá. Ora para se ser CEME tem de se ser OPC e assim "faz-se o jeito". Enfim...

De qualquer forma as estatísticas são factuais e não mudam o cenário de Portugal em relação a qualquer outro país. Só temos o unicórnio para dizer que somos diferentes...
A última vez que atualizei a estatística (já não estará atual atual mas não terá mudado radicalmente):
- 80% dos postos estão em 7 OPC
- mais de 51% dos OPC têm menos de 10 postos e esses postos são 3,6% do total do país.
Que é no fundo a realidade da maioria dos mercados. Quando se diz que temos 100 OPC, tá bem mas isso é assim relevante? Não o seriam também noutro modelo? Não seriam até mais?

Edit: ah, e estamos em penúltimo na disponibilidade da infraestrutura segundo o EAFO, em último se considerarmos apenas postos DC. Isto é factual, são números e que afetam os utilizadores e o mercado como um todo.

A diferença fundamental é que noutros países, "as EDP do sítio" têm de concorrer com "os Lidl do sítio". Aqui "a EDP de cá" fatura "nos Lidl de cá". E este obscurantismo dos preços é "mel" para apanhar os incautos e esconder o verdadeiro assalto que ocorre em alguns destes postos. Será só a mim que faz espécie os supostos tubarões, aqueles que mais quereriam um modelo vertical e que iam abafar os outros e não sei quê, não tenham verticalizado (à tuga ..) se agora até podem fazê-lo?
Se forem conduzir, não bebam. Se forem beber, chamem-me!!! :D

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Re: Modelo da Mobilidade Elétrica em Portugal

Mensagem por BrunoFonseca » 20 out 2024, 21:47

Nao te esqueças de referir os milhões investidos em postos já instalados q n estão ligados pelos motivos q indiquei acima, e isso, n será resolvido por mudança de modelo.

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Re: Modelo da Mobilidade Elétrica em Portugal

Mensagem por BrunoAlves » 20 out 2024, 22:01

E isso também acontece nos outros países, em menor e maior escala. Falei com alguns players que estão pelo menos nos mercados espanhol e francês e esses problemas também acontecem lá.
É uma realidade ainda emergente, com desafios técnicos significativos e todas as entidades terão de se adaptar.
Muitas vezes é mais demorada a parte dos municípios, urbanismo e afins, do que as ligações à rede.

Mas há uma coisa que podia acontecer para colmatar o problema da ligação à rede e não acontece, porque o modelo não permite: estações de carregamento alimentadas por baterias. Um dos players que já podias ter cá a operar se não fosse o modelo tem isso "ali ao lado". Como no geral não permite tirar proveito de nenhum autoconsumo.
Isso sim, outro modelo resolve.
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Re: Modelo da Mobilidade Elétrica em Portugal

Mensagem por BrunoFonseca » 20 out 2024, 22:07

Seria mais simples promover alterações que visem melhorar o modelo do q rasgar tudo e começar do zero.

Este momento de incerteza, certamente não estará a contribuir para a estabilidade e, ou muito me engano, ou estarão muitos investimentos a ficar na gaveta.

Só mais uma coisa... é facil sabermos qtos pcve cada ceme tem graças ao modelo que temos. Isto traz algum benefício ao utilizador? Não de forma directa, mas favorece a transparência e o escrutínio.

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Re: Modelo da Mobilidade Elétrica em Portugal

Mensagem por BrunoAlves » 20 out 2024, 22:23

BrunoFonseca Escreveu:
20 out 2024, 22:07
Seria mais simples promover alterações que visem melhorar o modelo do q rasgar tudo e começar do zero.
E alguém sugeriu rasgar tudo e começar do zero?
Não. O que se pede é deixar o mercado trabalhar e que se.possa optar pelo modelo em que se quer operar.
Até podemos (quem defende uma mudança no modelo) levar um banho de realidade e todos os players quererem ficar como estão. Ou então quem defende o modelo levar um banho de realidade e vir a nu que "todos os players gabam e querem o modelo" é afinal uma afirmação com pouca adesão ao mundo real.
BrunoFonseca Escreveu:
20 out 2024, 22:07
é facil sabermos qtos pcve cada ceme tem graças ao modelo que temos
Achas que nos outros países os postos não são registados e contabilizados, é isso? Como é óbvio não há um mobi.data mas por exemplo o EAFO obtém esses dados.
Seja como for o AFIR prevê além do PAN uma entidade para registo e atribuição de IDs de postos por país, portanto mesmo isso é uma vantagem a prazo
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Re: Modelo da Mobilidade Elétrica em Portugal

Mensagem por Nonnus » 21 out 2024, 09:44

BrunoAlves Escreveu:
20 out 2024, 21:16
Nonnus Escreveu:
20 out 2024, 19:19
Consegues-me dizer dos 25 CEME existentes quantos tem carregadores instalados e o nº de carregadores de cada um
Se tivesse aqui o PC podia fazer-te isso, é relativamente simples. Mas todos os CEME têm de ter pelo menos 1 posto ligado à rede e a funcionar. Uma boa parte tem isso mesmo, 1 posto, muitas vezes privado e enfiado numa garagem)
É algo que foi introduzido em 2014 para contornar habilmente a diretiva europeia da altura, que diz que os CPO podem comprar energia para os carregamentos a qualquer entidade do setor blablablá. Ora para se ser CEME tem de se ser OPC e assim "faz-se o jeito". Enfim...

De qualquer forma as estatísticas são factuais e não mudam o cenário de Portugal em relação a qualquer outro país. Só temos o unicórnio para dizer que somos diferentes...
A última vez que atualizei a estatística (já não estará atual atual mas não terá mudado radicalmente):
- 80% dos postos estão em 7 OPC
- mais de 51% dos OPC têm menos de 10 postos e esses postos são 3,6% do total do país.
Que é no fundo a realidade da maioria dos mercados. Quando se diz que temos 100 OPC, tá bem mas isso é assim relevante? Não o seriam também noutro modelo? Não seriam até mais?

Edit: ah, e estamos em penúltimo na disponibilidade da infraestrutura segundo o EAFO, em último se considerarmos apenas postos DC. Isto é factual, são números e que afetam os utilizadores e o mercado como um todo.

A diferença fundamental é que noutros países, "as EDP do sítio" têm de concorrer com "os Lidl do sítio". Aqui "a EDP de cá" fatura "nos Lidl de cá". E este obscurantismo dos preços é "mel" para apanhar os incautos e esconder o verdadeiro assalto que ocorre em alguns destes postos. Será só a mim que faz espécie os supostos tubarões, aqueles que mais quereriam um modelo vertical e que iam abafar os outros e não sei quê, não tenham verticalizado (à tuga ..) se agora até podem fazê-lo?
Obrigado. Eu quando fiz a pergunta já sabia +/- a resposta porque já andamos a discutir isto há muito tempo, talvez até demasiado.

Muitos CEME´s limitaram-se a instalar um posto de carregamento privado, muito provavelmente no parque da sede, porque foram obrigados a isso. Vem provar que muitos dos CEME não estão na ME com o intuito de a desenvolver, mas sim para obter lucro fácil. A parte do investimento (OPC) que lhes cabia ignoraram e ficaram com a melhor parte. Sem investimento, fazer dinheiro naquilo que é dos outros.

Quem defende o papel do CEME se calhar até consegue ver neste caso uma grande contribuição para o desenvolvimento da ME. Infelizmente eu consigo ver oportunismo.

Pode ser a tal falta de visão comercial que os CEME tem como diz o @BrunoFonseca, mas a realidade é esta e não trás nenhum beneficio a ME.
BrunoFonseca Escreveu:
20 out 2024, 22:07
Seria mais simples promover alterações que visem melhorar o modelo do q rasgar tudo e começar do zero.


É que isso que se propõe. Aproveitar o que temos de bom e eliminar o que já ficou provado que não trás qualquer mais valia ao nosso modelo.

Usando as palavras de alguém que defende o modelo actual estamos na fase 2.0. Na fase 1.0 em 2014 se calhar fazia sentido por falta de conhecimento e uma falta de antecipação aos problemas que este modelo iria trazer as coisas serem assim. Eu acredito que quem desenhou este modelo até tinha as melhores das intenções, mas actualmente não faz qualquer sentido e há que ter a coragem do assumir e retificar o que esta mal. A ideia do papel do CEME pensada inicialmente era o UVE poder escolher aquele que melhor preço lhe faz, ignorando a existência de um OPC que também tem de ganhar dinheiro. Se não pode ganhar com a venda de energia, tem de ganhar com o "aluguer" do posto. Volto a repetir. O que é que interessa ter um CEME que me faz um preço espetacular se depois tenho um OPC que para ganhar dinheiro tem de praticar preços elevados? A mais valia do CEME perde-se completamente.

Já demonstrei duas coisas onde a figura do CEME falha completamente.

Vou dar um exemplo de como o que era em 2014 não é em 2024.

Em 2014 em Vendas Novas não havia nenhum posto de carregamento. Hoje existem 5 (os da auto estrada não servem para este exemplo), nesses 5 um é Atlante, outro KLC, outro Veimonte e dois Galp. Estes OPC concorrem directamente entre si, os CEME concorrem directamente entre eles. Eu para ver como é que consigo ter o melhor preço tenho de comparar 4 OPC´s (os locais) e no limite 25 CEME´s. Mas alguém acha que isto é uma mais valia?

Se os OPC tivessem á venda de energia não havia duas parcelas para comparar, no limite tinha de comparar 4 OPCs. A mesma coisa que quando vamos a um bomba de combustível.

Tão simples como. Em Vendas Novas abriu um bomba de combustível marca branca a semana passada. Anunciam 0.15€ mais barato que a Galp e a Repsol, bombas já existentes. Tão simples não é? Não há soma de parcelas, não há CEME´s. Há um preço fácil de consultar. Concorrem entre elas, onde é que esta a dificuldade de existir isto para a ME?

Porque motivo os OPC´s não podem fazer o mesmo?

Os defensores da figura CEME podem dizer - "mas se tiveres um CEME que te fornece energia em casa fazem 20% de desconto na energia dos carregamentos". Pois fazem, então vamos olhar para o exemplo do Continente onde não há CEME. O que é que impede de os outros OPC´s funcionarem de igual modo? Mas o Continente é um gigante. E a EDP, Galp, Prio, Iberdrola, Cepsa, BP, Repsol e todos os outros são o quê? Então e os mais pequenos? Os mais pequenos há imagem do que acontece nos combustíveis usavam as mesmas tecnicas e acima de tudo eram donos do seu negocio.

Por muito que tentem não há nada na figura CEME em 2024 que seja uma mais valia. Existem outros problemas por resolver. Existem, e há de existir, mas actualmente o esta a "encravar" isto tudo é o CEME. A questão da mobi.e é tornar facultativo e o tempo dirá.

Um exemplo factual de como em 2014 as coisas não eram como são agora é a questão da produção de energia local e a instalação de baterias. Mostra que nosso modelo não foi pensado no futuro, ou não foram tidas em consideração muitas coisas actuais.

Como já foi dito. Não temos uma única estação de carregamento publica que faça uso de produção de energia local com armazenamento em baterias.
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