Fugir à subida dos preços dos combustíveis é uma das vantagens. Preço e renda mensal são entraves

"Esta é uma boa altura para pensar na comprar de um carro eléctrico, nem que seja para aproveitar os benefícios fiscais disponibilizados pelo governo. A opinião é do secretário-geral da Associação Automóvel de Portugal (ACAP), Hélder Pedro. "A questão da rentabilidade deve ser muito bem ponderada, mas ao valor final do veículo é preciso descontar os benefícios que podem ser atribuídos, o que torna o preço do carro mais atractivo", diz ao i.
Estes benefícios fiscais, contudo, aplicam-se apenas a clientes particulares e prevêem a atribuição de cinco mil euros para os primeiros cinco mil carros vendidos. Um valor que poderá, no entanto, chegar aos 6500 euros caso o consumidor possua um veículo para abate. O governo decidiu manter estes apoios financeiros para os carros eléctricos, com vista a reduzir a importação de combustíveis fósseis.
Hélder Pedro diz ainda que a subida constante dos preços dos combustíveis pode dar uma ajuda a este segmento. "Os veículos convencionais estão a ser prejudicados pelo aumento constante dos preços dos combustíveis e pela dupla tributação do IVA. Tudo isto poderá ajudar muitos consumidores a optarem pela compra dos carros eléctricos". A estes factores ainda se deve somar a aposta das marcas no sector.
Abastecer Para a maioria dos consumidores o abastecimento destes veículos pode ser um dos entraves à decisão de compra. A rede Mobi-E é uma das formas possíveis para abastecer os carros eléctricos. Segundo a empresa, já estão definidos os locais para os 1300 postos de abastecimento até ao final deste ano para que seja possível responder à meta estabelecida pelo governo: 10% da frota automóvel em 2020 deverá ser eléctrica.
oferta disponível Seja por arrastamento, seja porque de facto as marcas vêem na tracção eléctrica um caminho com futuro, algumas apressaram-se a produzir modelos que já estão no mercado ou irão chegar dentro de mais ou menos tempo.
A Mitsubishi foi a primeira a lançar um veículo eléctrico no mercado português com vendas abertas a particulares (ver caixa ao lado). O seu modelo i-MiEV é irmão gémeo do Citroën C0 e do Peugeot iON, porque é a fábrica japonesa que o faz. O preço sem incentivos ronda os 35 mil euros. São carros citadinos compactos (segmento A).
A Nissan optou também por lançar um carro desenhado de raiz, o Leaf, maior e que se assume como segmento C, pequeno familiar. A autonomia ronda os 150 km e custa 36 mil euros. Já está a ser vendido para empresas, mas ainda não está disponível para particulares o que deverá acontecer em breve.
A Renault adaptou dois modelos já existentes o Fluence e o Kangoo (apenas na versão comercial) à electricidade e desenhou dois novos modelos, o Zoe (segmento B), que só deverá chegar em 2012, e o Twizi, um divertido citadino de dois lugares em tandem (os ocupantes viajam um atrás do outro), mais parecido, até em potência e prestação com uma scooter do que com um carro. Chegará no final deste ano e terá um preço inferior aos 10 mil euros. Refira-se que, ao contrário das outras marcas, a Renault não vende as baterias, pagando o comprador uma renda mensal. Assim, o preço do Fluense é de 21 600 euros, mais 79 euros de aluguer da bateria, o Kangoo fica-se pelos 20 mil euros (mais 72 euros mensais). O Zoe ainda não tem preço.
A Smart também tem um modelo adaptado a electricidade mas, por enquanto, só está disponível para frotas.
O rent-a-car já se rendeu à nova tecnologia (que por acaso não é tão nova como isso, visto que os primeiros automóveis de tracção eléctrica surgiram há mais de 100 anos), estando disponível na Sixt o Mitsubishi iMiEV, a um pouco menos de 60 euros por dia.
Se é verdade que um automóvel eléctrico custa em termos operacionais entre dez a sete vezes menos que um carro convencional, é preciso considerar a sua menor autonomia, os tempos de carregamento e os locais para o fazer. Mas tudo aponta para que dentro de poucos anos as baterias tenham muito mais autonomia e o custo inicial do carro seja cerca de metade."
Em: http://www.ionline.pt/conteudo/101600-a ... nsa-ter-um