Acho que dois factores contribuem para isso:mjr Escreveu:Não considero que quem compra um carro de 35k pertença só por isso a uma elite de portugueses abastados. Segundo dados da ANECRA, só nas marcas Audi, BMW e Mercedes foram vendidos 17% dos carros de Janeiro de 2012. Será que podemos considerar os 17% da população que compra carros destas marcas uma elite?
1. A maior parte dos topos de gama são arrendados por empresas, poucos são efectivamente adquiridos por particulares.
2. A austeridade em Portugal está a esmagar principalmente a classe média pelo que é natural que a percentagem de venda de carros de luxo aumente.
Parece-me muito generoso que uma família dispenda um ano de ordenado na compra de um carro. Vamos admitir que é o único carro da família o que não é de todo comum e que os dois continuam a ganhar 14 vencimentos anuais. Mesmo assim cada um terá de ganhar €1.250 líquidos para adquirir um Leaf.
É um assunto sobre o qual teria de pensar melhor mas parece-me muito mais justo que o ISV seja substituído em parte pelo antigo imposto de luxo e na outra poarte por taxação de consumo/emissão de gases o que daria sempre vantagem fiscal (e justa) aos VEs mas sem a distorção actual.mjr Escreveu: A minha ideia de elite é um pouco mais restritiva... Além disso, como sabe, o LEAF paga IVA de 23% como todos os outros carros e por isso tem um imposto proporcional ao seu preço. Obviamente que não paga ISV nem IUC porque não tem emissões de CO2 nem cilindrada, que são as duas variáveis em que está baseado o nosso sistema fiscal específico dos automóveis. E esse sistema fiscal específico tem como objetivo baixar o consumo de combustível, penalizando não os veículos mais caros per se, mas os que maior consumo têm. Se acha isso mal, como pensa que deveria ser realizada a fiscalidade automóvel?
Acabaria com vantagens fiscais para os carros a GPL mas terminaria a obrigatoriedade de autocolante e proibição de estacionar em garagens.
E introduzia imposto de luxo equivalente sobre motos, motos de água, jet skis e embarcações de recreio a motor.
O problema é a noção de bem-estar. Pessoalmente sou completamente favorável a um imposto de saúde que penalize alimentos ricos em calorias, açucar, colesterol etc ou de origem animal. Mas admito que a maioria dos portugueses considere isso terrorismo alimentar. Via com bons olhos que cada maço de tabaco custasse €20 mas os fumadores discordarão. and so on and so onmjr Escreveu: Claro que o estado tem de incentivar o bem-estar. Por o fazer não está a limitar a liberdade das pessoas, apenas está a dar um incentivo para que elas tomem as decisões mais acertadas.
O nuclear é altamente apetecível em Portugal dado que o país tem das electricidades mais caras do mundo. Existem muitas empresas que estariam interessadas nesse investimento. O Estado não precisaria de investir directamente.mjr Escreveu: Os VEs também são um ótimo complemento à solução nuclear como fonte de energia de base, um tema que lhe é querido. Na minha opinião o Nuclear é uma solução em cima da mesa, embora tenha custos iniciais provavelmente demasiado grandes para o estado em que a nossa economia se encontra. Mas que seria interessante ter eletricidade barata como em França seria...
Num mundo ideal o parque automóvel é eléctrico e a energia de base vem de fonte nuclear. Mas a primeira não será uma realidade mundial antes de 2030 e a segunda só será realidade em Portugal sabe-se lá quando.
Deve Portugal continuar a incentivar VEs à espera de um dia que ninguém sabe quando chegará? Na minha opinião não.