Clubeletricos.com

Quando era jovem o que me fascinava era ver carros a andarem muito devagar. Pois, devagar se vai ai longe.
E estas oito vítimas mortais da quadra que atravessamos foram muito provavelmente por não se respeitar este ideal de vida.
Abasteci no Norte shoping, cheinho para regressar ao alto minho, mas a companheira ainda quis mamar mais um bocadinho do leite da mamã - quando era criança, parece que rejeitou os peitos da cabritinh.., que disparate!, da sogra, quero eu dizer, desculpem, e agora tenho que gramar uma infância não bem nutrida.
Bom, aproveitei e fui nessa velocidade de ponta a bem menos de vinte trinta e embrenhei-me pelas grandes ruas e avenidas quase ermas: a avenida da boavista , a marginal do douro. Ciclistas a descansar que ao verem passar este carro, qual dinossauro como aqueles que estão expostos à entrada da antiga alfândega, comentavam o que era óbvio. O prazer de os ouvir dizer, e não inferir pelos gestos, como o apontar de dedo que era um carro elétrico.
Começou com 136 km de autonomia,quando saí do abastecimento, mas foi aumentando: cento e quarenta, sessenta e tal oitenta, quase nos duzentos. Pensei: ainda vai ultrapassar esta fasquia.
E à medida que via o mar na sua força invernal, mesmo avistando ao largo os barcos que seguiam para os rochedos meio submersos seguiam indiferentes a essa violência.
Ultrapassou, sim: duzentos e quatro, seis, oito... Quanto mais dilatava a autonomia, mais eu reduzia. Os taxistas é que não gostavam nada da minha saga.
Se soubessem que era uma causa nobre, não businavam, como o faziam. Ou os gipalhões que andam como eu por óbvias razões, ultrapassavam-me e largavam uma fumarada que mais lembrava o smog londrino das últimas céntúrias do milénio passado, e ali ao pé do local onde se partiu para Ceuta para ultrapassar a crise da época - quase parece o nosso anátema!
atingiu os 215 de autonomia! Mas, já tinham decorrido uma boa dúzia de km, bem fruidos.
Para que não pensem que é uma patranha deste dia, tenho fotografias que comprovam para todo aquele tomé que pretender.

É mesmo assim. Devagar se vai ao longe!

Já fizeram um ensaio a 50km/h em que o carro fez perto de 240km. Penso que para velocidades entre os 20 e os 30 km/h seja possível fazer mais de 300km. Atenção que estas autonomias elevadas para velocidades baixas só são possíveis se o controlo do clima não utilizar energia extra. Como a energia gasta pelo controlo de clima não depende da velocidade, o seu efeito será tanto menor quanto maior for a velocidade.

Por comentar andar devagar e em buzinadelas....
Como devem calcular, o meu saxo não tem estimativa de autonomia, mas, tem algo que considero bem util que é o indicador de consumo instantâneo (penso que o Leaf também tenha), o que faz com que em AE eu encoste-me à direita e só me tento limitar pela velocidade minima permitida em AE, e fico literalmente a ve-los passar já cheguei a fazer 110kms (relembro-vos que o saxo tem apenas 12kWh de pesadas baterias) e ainda dava para mais uns troquitos, lá está, um ou outro manda uma buzinadela, que comigo penso que seja mais frequente do que com os Leafs, é que ninguém pensa num saxo electrico e os leafs já começam a ser conhecidos pelos motoristas mais atentos, mas a situação mais engraçada que aconteceu, foi uma vez que indo eu na minha poupança apanhei um que ainda mais devagar do que eu, bom... lá tenho que que acelerar... meto-me na faixa do meio e acelero para passar e não é que apanhamos uma descida e....
O meu carro quando a travagem regenerativa esta a recuperar energia para as baterias as luzes de stop acendem, isto porque o motor esta a produzir electricidade independentemente de carregar ou não no travão; quando em aceleração a corrente gerada pelas baterias conseguem impulsionar o motor a uma velocidade máxima de 95kms/h, ora como apanhei uma descida aproveitei para acelerar com a ajuda da gravidade e entretanto ouço uma buzinadela lá de trás e o carro afastou-se (travou)... Então quando olho para o velocimetro ia a quase 100kms/h com o acelerador a fundo, a fazer uma ultrapassagem, a carregar as baterias e as luzes de stop acesas
Aproveito para dizer que cada vez que faço uma descida e tiro o pé do acelerador se for algum carro atrás fica logo com o stress.... a pensar : "mas para que é que este gajo vai a travar" (admito que me dá algum gozo)

Se bem percebi, com o acelerador a fundo o saxo atinge 100km/h? Então para andar nessa velocidade pode andar à vontade que distância?

OCasal Escreveu:Se bem percebi, com o acelerador a fundo o saxo atinge 100km/h? Então para andar nessa velocidade pode andar à vontade que distância?

no máx dá +- 95km/h, e se andasse só a essa velocidade faria +-20kms e.....
Mais ou menos como leaf, no máximo da velocidade dá +- para 50kms
é tudo proporcional, tem metade das baterias, metade das performances.

As baterias do Saxo elétrico são de que química? Se forem de chumbo, a velocidades elevadas a autonomia cai a pique muito mais que com baterias de Lítio. É que as baterias de chumbo com correntes elevadas retornam muito menos energia por carga do que com correntes baixas. Por exemplo, descarregar uma bateria de chumbo em 3 horas pode dar 1kW.h, mas se for em meia hora então só dará 0,5kW.h. É o efeito de Peukert.

O Leaf à velocidade máxima (145km/h reais) dá 70-80km, pois consume cerca de 40kW para 20kW.h armazenados.

mjr Escreveu:As baterias do Saxo elétrico são de que química? Se forem de chumbo, a velocidades elevadas a autonomia cai a pique muito mais que com baterias de Lítio. É que as baterias de chumbo com correntes elevadas retornam muito menos energia por carga do que com correntes baixas. Por exemplo, descarregar uma bateria de chumbo em 3 horas pode dar 1kW.h, mas se for em meia hora então só dará 0,5kW.h. É o efeito de Peukert.

O Leaf à velocidade máxima (145km/h reais) dá 70-80km, pois consume cerca de 40kW para 20kW.h armazenados.

As baterias são de Niquel e Cadmio NiCd onde a lei de peukert se aplica.
No leaf não se aplica a mesma lei, mas também as baterias perdem capacidade com o aumento da descarga e da temperatura.
Comparei com o leaf por ter lido algures que o leaf nismo em pista e comportamento de competição tem autonomia para 50kms, daí eu achar que se te puseres na AE à vel máxima dificilmente passarás dos 50kms de autonomia.
Ou seja, se um leaf entrar na AE em Sacavém e acelerar sempre ao máximo a 145km/h vai chegar a PCR de Aveiras mesmo à rasquinha

A fundo, dificilmente faz mais de 50 Km de autonomia

Depende do perfil de terreno. Já fiz 35km a fundo (velocímetro sempre nos 155-160km/h) ficando com 6 barras de carga, o que é pouco mais de metade. Isto com a bateria nova...

Interessante como a conversa começa no prazer de conduzir devagar e evolui para a condução em velocidade máxima constante.

Por experiência própria, apesar de carregamentos de 80%, às vezes venho da Póvoa de Sta Iria até Mem-Martins a abrir pela Crel acima.
Quem conheça a CREL, no túnel de Montemor, conhece a grau de subida que este exige à máquina.
Estou a falar de + de 145 KMs/h a subir e a passar por alguns CI's "em luta" com a subida...
Consigo chegar a Mem-Martins ainda com 12-17 Kms de autonomia (curiosamente, algumas vezes sem chegar ao aviso de bateria fraca).
Contudo, não uso A/C nem aquecimento, gosto do fresquinho...

Só faço isto porque, algumas vezes, venho à pressa, muita, daí que receie que isto não dê lá muita saúde às baterias, já que o motor deverá estar dimensionado para estes "apertos"...

sm