Autonomia dos VE

[Jpdpeter]

Boa tarde a todos.

Sou um grande admirador das novas tecnologias e claro dos veículos eléctricos. Todos falam da autonomia dos VE mas eu julgo que o problema dos VE não á a sua autonomia mas sim o tempo de carga das baterias. Se temos no caso do Leaf , 160 km de autonomia e no Tesla 320 km,se não me engano, isto é já uma distancia considerável , se essas mesmas baterias carregassem num curto espaço de tempo era o ideal. Imaginem uma viagem em que no fim de 150/200km poderiam parar e efectuar um carregamento de alguns “segundos”, e assim continuar a viagem por mais 150/200 km. È claro que para isso teria que haver uma grande evolução nas baterias e nos sistemas de carga. O que já ouvi falar, foi de super-condensadores que carregam em segundos.

Gostaria de saber a vossa opinião

O que acham, o problema está na autonomia ou no tempo de carga?
E se for o tempo de carga. Porque é que as marcas com tanta pesquisa e tendo os carros eléctricos tantos anos, não lançaram no mercado sistemas de carga mais rápida e com melhor autonomia?
Será que essa evolução existe e as marcas estão com medo da retaliação da indústria petrolífera?
Ou será que a industria petrolífera ainda está por detrás dessas marcas e não as deixam lançar no mercado tais produtos?
Vejam o caso da GM , lançou um veiculo eléctrico com motor de combustão para ter mais autonomia. Será a autonomia uma desculpa da GM para continuar a queimar gasolina?


Já agora, quando falo em autonomia não quero dizer autonomias efectuadas por um certo programa da BBC que considero um programa de audiências e não de automóveis, e que ridiculizaram os carros eléctricos.
Quando falo em autonomia falo da vida real. Quero que fique claro que gostaria de ter num veículo eléctrico com uma autonomia de 600 km, e com uma velocidade constante de pelo menos dentro da lei. Mas isso para mim não é o mais importante. È sim o tempo de carga.

Peço desculpa , já estou a falar demais

Abraços

[mjr]

Bem vindo Jpdpeter!

Eu preferia ter uma autonomia de 300km e meia hora de carga, do que 100 km e 5 minutos de carga (igual aos CI). Isto porque a maior autonomia permite tanto uma maior flexibilidade na viagem como também para encontrar os pontos de carga rápida. Além disso os pontos de carga rápida serão sempre mais caros do que carregar em casa, por isso com mais autonomia podia poupar em viagens que ficassem dentro da autonomia do carro.

Sobre as tecnologias de armazenamento de energia, eu acho que neste momento não há alternativa às bateria de iões de lítio. Os super condensadores apesar de terem uma densidade de potência muito elevada, podendo por isso ser carregados e descarregados muito rapidamente, não chegam aos calcanhares das baterias de iões de lítio em termos de densidade energética. Assim uma bateria de super condensadores com a mesma capacidade que a bateria do LEAF (24kW.h) teria o dobro ou mais do peso. Outro problema com as cargas super rápidas é a infra estrutura. Se os atuais carregadores rápidos já são muito caros (>15k €), para este tipo de cargas não estou a ver a custarem menos de 100k. Isto torna a infra-estrutura muito mais cara e além disso obrigaria a um espaçamento entre pontos de carga rápida muito menor, devido à menor capacidade de carga dos super condensadores.

Resumindo, há muitas variáveis em jogo e é preciso equilibrar a balança. Os 20-30 minutos actuais para cargas rápidas são um bom compromisso entre custo do posto de carga, comodidade e saúde das baterias (afinal é uma carga a 2C!).

Já conduziste um LEAF?

[Jpdpeter]

Bom dia MJR, e obrigado pela recepção

Em relação á pergunta, não, ainda não conduzi o Leaf. Mas assim que tiver oportunidade vou faze-lo.
Agradeço a tua opinião, mas pelo que tenho lido as cargas rápidas danificam o tempo útil de vida das baterias, e segundo a tua opinião , gostarias de 300 km de autonomia com carregamentos de 30 minutos.
Mas esses carregamentos, gostarias que fossem em 80% da carga ou em 100%?
Seria considerado uma carga rápida o que não era bom para a "vida" da bateria.
E a velocidade media para efectuar esses 300 km , não gostavas que fosse pelo menos a 120kmh?
Aqui a grande questão e a que eu gostaria de fazer á industria automóvel , e será que já não existira essa tecnologia e a industria automóvel não a quer por no mercado por ser cara ou pelo medo dos grandes senhores do petróleo???!!!
Em relação aos super-condensadores. Apenas efectuei uma demonstração do que poderia ser feito em termos de carga rápida e sem viciar as baterias, pelo menos pelo que sei os condensadores não ganham vícios, eu sei que nesta altura e pela tecnologia que temos não é possível por em pratica, mas se reparares podes verificar que á meia dúzia de anos atrás andávamos com umas malas ou que chamavam de telemóveis portáteis e neste momento existe aparelhos do tamanho de um relógio 1000 vezes superiores a essas mesmas malas. Se os VE evoluírem como os telemóveis teremos dentro de alguns anos , julgo eu , baterias do tamanho de uma mala e com 1000 vezes a capacidade das actuais.
Não achas?

Obrigado

[ruimegas]

Olá Jpdpeter,

Concordo com a tua última frase e anseio por essa evolução. .

De qualquer forma o "state of the Art" actual parece-me suficientemente aceitável para podermos esperar por essa evolução com alguma serenidade

[mjr]

Com a tecnologia actual é impossível ter 100% da carga em 30 minutos a partir de 0%. Isto porque acima dos 80% de carga a velocidade de carga baixa consideravelmente por ser a tensão constante. Não vejo porque razão as cargas rápidas possam danificar a bateria, desde que feitas até 2C ou mesmo 3C. Isto com um BMS bem feito que meça a tensão em todas as células e a temperatura das mesmas.

Não penso que os super condensadores sejam a solução completa, poderão ser úteis para picos de potência na aceleração e travagem de modo a poupar as baterias de lítio.

Infelizmente a evolução nos telemóveis não foi tanto feita do lado das baterias mas sim do lado do consumo de energia do telemóvel. A densidade energética das baterias de telemóveis no máximo duplicou em 15 - 20 anos. Assim, mantendo o ritmo de evolução das baterias podemos esperar um duplicar da densidade energética em talvez 10 anos. Já não era mau. Há que pensar em evoluir pelo outro lado também, no consumo de energia. Aí a evolução possível é pequena, passando pela redução do peso dos carros e melhoria aerodinâmica.

Na minha opinião a evolução será incremental, com melhorias progressivas mas sem revoluções. Espero estar enganado.

[Jpdpeter]

Não sei se já viram este anuncio, é muito bom. Vejam o pormenor do Chevy Volt.